Um dos motivos, e o mais óbvio, é a qualidade da administração da empresa.
O tipo de gestão pode tornar uma blue-chip de hoje em um mico de amanhã. PMAM4 e INEP4 que o digam!
A alta repentina do dólar do fim de 2008 trouxe à tona vários erros de gestão e micaram alguns ativos.
Aquela disparada repentina, de 1,60 a 2,00, ocasionou prejuízos a várias empresas que abusavam de operações com derivativos indexados ao dólar.
Na época, li uma notícia que dizia que a Sadia (SDIA4) havia se tornado quase que uma empresa financeira, dado o enorme volume de recursos dedicados a essas operações.
Parece que estavam cansados de vender frango.
Tomaram um tombo enorme que obrigou à incorporação pela Perdigão (PRGA3), que não praticava a jogatina financeira e realmente se dedicava ao seu core-business, ou seja, matar e vender as aves. O resultado é a atual BR Foods (BRFS3).
Outras empresas viram seus papiros desabarem por causa dessa gestão irresponsável, tais como VCPA4 e ARCZ6 (que se uniram para formar a Fibria FIBR3), SUZB5, FHER3, dentre outras.
Esses papéis imediatamente se tornaram micos e passaram a entrar na mira do Fabiano Gênio da Bolsa e rei dos micos. Algumas estão se recuperando muito bem, como FHER3 e SUZB5.
VALE5, ELPL6, CMIG4, PETR4 não foram prejudicadas nessa jogada, obviamente porque têm uma gestão mais condizente com uma empresa de capital aberto e não faziam operações excessivamente arriscadas em volumes relevantes. Tiveram prejuízo com essas operações sim, mas em volumes reduzidos.
Eu vi esse fato como uma das maiores fraudes contra acionistas minoritários de todos os tempos.
Parece que a imprensa não viu assim, e tudo ficou por isso mesmo.
Mas na minha opinião muita gente ganhou com essa jogada, e obviamente não foram os acionistas minoritários. Ninguém foi punido, nenhum erro foi apurado, nada, nada...
Mais um motivo para ficarmos sempre com um pé atrás quando o assunto é bolsa.
A CVM só fez editar uma "norma para garantir informações adequadas ao público sobre até que ponto as empresas com ações na bolsa estavam ameaçadas pela instabilidade do dólar, em razão de estarem obrigadas com derivativos indexados à moeda americana".
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