O Rei das Blue-Chips!

O Rei das Blue-Chips!
O objetivo deste blog é de mostrar opiniões sobre o mercado de ações no Brasil.

18/12/2011

Quanto vale os EUA? Sua dívida é assim tão relevante?

- Reizão, quanto vale
 nosso trabalho???
O PIB dos EUA é de US$ 14,6 trilhões por ano. Sua dívida total é de 14,3 Tri.

Esses números, isoladamente, podem levar ao alarme, pânico e caos, facilmente observáveis na mídia.

Mas o Stephen Kanitz, em seu blog neste link, levanta questão interessante: o PIB é ANUAL. Portanto, TODOS OS ANOS são gerados cerca de 14,6 tri de riqueza, enquanto que a dívida é a mesma, acrescida de juros.

Abaixo segue trecho do esclarecedor texto:


"Fiquei estarrecido, e comentei ao meu amigo contador que estava ao lado "e ele foi Presidente da República".Meu amigo ao lado disse" "É muito pior, ele foi Ministro da Fazenda, tinha a obrigação de não cometer um erro destes".Infelizmente, o Economist comete este erro e publica tabela mundial.
A CIA que é a Central de Informações do governo americano comete este mesmo erro banal. A que nível chegamos de ignorância administrativa e financeira!
Todos os economistas usam Dívida/PIB como métrica, e não Dívida/Ativo Total ou Dívida/x Anos de PIB*(1+g)n que seria o correto.
É muito triste ver uma crise mundial sendo gerada por pessoas que não entendem nada de contabilidade e administração financeira".


Além desse texto do Kanitz, vi um documentário do Discovery Channel, comandado pelo Donald Trump, em que ele tenta montar o VALOR TOTAL DE TODOS OS ATIVOS DOS EUA. Não é PIB, mas seria a soma de tudo que poderia ser vendável nos EUA, com o objetivo de responder à seguinte pergunta: se fôssemos vender os EUA hoje, qual seria o preço?

O cálculo de Trump é mais ou menos o seguinte, em trilhões de dólares:

Ativos extraíveis do subsolo (água, petróleo, etc.):   23.
Ativos rurais:                                                             3
Casas, construções, máquinas, automóveis, aviões,
civis e militares e outras riquezas                              32                                                    
Valor atribuído ao povo americano, dada sua
capacidade de gerar riqueza (trabalho):                  237

Soma:                                                                   295

( - ) Dívida total americana:                                    15

VALOR TOTAL DE VENDA DOS EUA:        280 trilhões de dólares.


Se excluírmos o valor de 237 Tri, atribuído ao trabalho (valor muito intangível) e ficarmos somente com ATIVOS - DÍVIDA, chegamos ao número de 43 trilhões.

Se os EUA tem 58 Tri em ativos tangíveis e produzem 14 tri por ano de PIB, conclui-se que uma dívida de 15 trilhões não é lá muito representativa.

O mesmo cálculo e conclusão podem ser atribuídos à Europa e a qualquer outro país.

O problema parece ser a capacidade em pagar a dívida, anualmente. Mas se a carga tributária dos EUA é de 25% do PIB, então eles geram 3,5 tri por ano em impostos. Os juros da dívida dos EUA são de cerca de 0,30% anuais, ou 0,05 tri por ano. Portanto, a arrecadação versus juros é muito positiva. O necessário é: rolar a dívida (coisa que acho fácil para países) e diminuir gastos governamentais (politicamente difícil).

Em resumo, o mundo vale muito mais do que os economistas tem dito por aí via notícias de fim de mundo.
-

18 comentários:

  1. Oi Valentim,

    Acho que a análise não é assim. A análise é sobre sustentabilidade da dívida ao longo do tempo, em termos de PIB e os choques na trajetória de longo prazo do crescimento. E o problema, é sim, sobre rolar a dívida. Acho que isto vai te ajudar a esclarecer. E acho melhor esquecer o Kanitz (nem tudo na vida é regra de 3)

    Trajetória da Dívida/PIB
    http://www.nationalaffairs.com/publications/detail/inflation-and-debt

    ResponderExcluir
  2. Oi Rei,

    Deixando o Kanitz de lado, o que acha de comprar a quota de dezembro exatamente agora?

    ResponderExcluir
  3. Curiosidade:

    Quanto vale o Obama, nos 295 trilhões?

    ResponderExcluir
  4. 1 - Sobre o artigo do National Affairs, veja que é escrito por um economista. O Kanitz bate nesse cálculo simplório de divida/pib. O artigo fala também de inflação. Mas se há tanto medo do mercado de inflação nos EUA e calote, porque há dias atrás os EUA fizeram leilão de bonds e SOBROU comprador? Então, o medo está só na mídia, porque os grandes agentes estão comprando títulos dos EUA. Esse é o ponto a que o Kanitz quer chegar e que o Trump tentou desmistificar no documentário.

    2 - Comprar?? Compre elet3 e pmam3, mas lembre-se: a culpa é toda sua!! KKKKK

    --

    ResponderExcluir
  5. Valentim,

    1 - Mas, o artigo é justamente sobre isto. Se vc acha que a demanda por títulos de curto prazo dos EUA com retorno de 10^(-10) é consistente, descontado a aversão de risco, então, significa dizer que, para você, a expectativa futura de um desequilíbrio fiscal de maiores consequências é nula. Não tenho certeza, dada a bagunça política.

    2 - Quem são os grandes agentes? Eu realmente não sei. Do google, na primeira tentativa: http://articles.businessinsider.com/2011-06-01/markets/29994411_1_frogs-bond-investors-treasury
    Mas, não era vc quem advogava inexistir relação entre grandes agentes e boas estratégias?

    3 - Ainda não entendi o valor intrínseco do americano médio. Acho que o Gnomo poderia nos ajudar. Ou, então, os auditores da Marfrig.

    4 - O legal da análise do Trump/Kanitz é que ele consegue abstrair todas as preocupações de fluxo, como por exemplo, o sistema previdenciário, o médico, o pagamento de salários públicos, as decisões de investimento público, etc.

    5 - Mas, quero reafirmar o que queria dizer. A função objetivo de um governo é sobre preço e quantidade, nível de desemprego, por exemplo. Se uma análise de estoques do tipo Kanitz fosse conveniente, para que se preocupar com políticas econômicas que visam tais variáveis? Ainda mais no Brasil, afinal, temos muitas riquezas, supondo que não somos tão ruins assim, relativamente ao americano. Hehehehehe....

    ResponderExcluir
  6. Anônimo, vamos lá:

    1 - não acho que a expectativa de desequilíbrio fiscal seja nula nos EUA. MAs é óbvio que os grandes agentes acham mais seguro comprar títulos dos EUA do que do Brasil, ou ações - é só observar a demanda pelos títulos. Eu considero que os grandes agentes tem infomações melhores e antecipadas do que eu e vc, portanto, o risco de calote nos EUA é baixo.

    2 - Grandes agentes são os super-endinheirados do mundo, que precisam alocar os seus bilhões em algum lugar. Eu não disse que inexiste relação entre grandes e boas estratégias. No post anterior, joguei a questão sobre a presença de grandes agentes no book de acionistas de OGX e a possível correlação com bom investimento.

    3 - Esse valor de 237 Tri que o Trump divulgou é o resultado de um cálculo sobre o valor do trabalho do americano. Eu acho muito teórico e intangível demais. Mas obviamente o objetivo do Trump era injetar ânimo no mercado e tentar dizer que a América não está quebrada.

    4 - Não acho que eles sequer pensaram nisso. Focaram exclusivamente no cálculo da dívida/pib (Kanitz) e no suposto valor de venda dos EUA (Trump). No caso do Trump, se vc não viu o documentário, parece óbvio que ele quer injetar ânimo no mercado através daquele cálculo.

    5 - O problema é que governos, no mundo todo, gastam mal e roubam muito. Talvez por isso que esse cálculo simplório de dívida/pib seja utilizado, porque ele leva a uma poupança forçada - se vc gasta mal, então pelo menos gaste pouco.

    ResponderExcluir
  7. Já que fui citado, sou um admirador (e grande invejoso) de quem tem o talento (o qual não possuo... kkkkk) de resumir em frases concisas um profundo conteúdo:

    (nem tudo na vida é regra de 3)

    boooa.... kkkkkkkkkkkkkkkkkk

    El Gnomo de 3 Composto

    PS - Mei Rei, justifico aqui com minhas melhores desculpas a minha ausência, mas, no momento, estou preso na platéia de um verdadeiro grande (e divertido) debate que está rolando em outro reino financeiro:

    http://opequenoinvestidor.com.br/2011/12/palestra-de-lirio-parisotto-na-expomoney-2011/#comment-6442

    ResponderExcluir
  8. Oi Gnomo,

    Foi em quem lapidou a frase. O que está achando do mercado? E vc Rei, comprou?

    ResponderExcluir
  9. Wan,comprei um pouco mais de ogx.

    tu viste que tu foste laureada pelo Rei?? Veja no link de integrantes do reino.

    ResponderExcluir
  10. Oi Rei,

    Pq sendo um blog sobre ações, não faz análises de ações? Tem muito pouco conteúdo de análises. Vc com sua experiência deveria explorar mais isto. Gnomo, o tal de Lirio Parisotto tem blog? Cerbasi sucks!

    ResponderExcluir
  11. Eheheh, vc também Wan!! vc também tem um blog que já está até com teias de aranhas.


    Publicar análises dá trabalho. Uma coisa é analisar para mim, outra é publicar.
    Tentei vender algumas através do outro blog, mas até hoje nada... No Brasil não tem mercado para analista independeente, ainda mais em modo anônimo como fiz.

    ResponderExcluir
  12. OGXP3 pegou na veia. Comprei Petr4 para fazer cia às minhas QGEP3. Mesmo, com o Gap aberto lá em baixo. Bom, acho que a quota mensal de investimento of stocks for the long run deste mes já era. Foi um ano divertido. Boas festas a todos e até Janeiro!

    ResponderExcluir
  13. então lapidas mui bem uma frase, moça!

    acho que deveria abandonar a moda (costuras) e se dedicar mais a joalheria (lapidação)

    kkkk

    O Parisotto não tem blog porque não precisa; ele já tem baba-ovos suficientes espalhados pela web propagando suas idéias gratuitamente... kkkkk

    E bota sucks no Cerbasi!

    El Gnomo

    ResponderExcluir
  14. Mei Rei,

    Agora falando em fazer o bem, sem a saber a quem... kkk

    Eu estava reflexionando sobre o que disseste-nos acima sobre não existir mercado para analista independentes.

    Mas olha só: o senhor é muito talentoso com as palavras, és mui desinibido, não teins dificuldades e nenhum constrangimento em lidar com todo o arcabouço de voço vasto e robusto conhecimento em público.... E ainda por cima já nos contou que és a cara e a pinta do Fábio Açumpssão!

    Poooorra, sai logo desse anonimato!

    Dê sóbrias e sábias entrevistas como o Pascoarelli! Suba num palco como o Parisotto e nos deleite com sua vitoriosa saga e sua atual parceria com o Eike (OGX)! Desfronhe seus bem articulados conselhos financeiros na mídia como o Halfeld, o Kanitz! Escreva também livros com sólidos conceitos e estratégias como o Cerbasi e o Bastter!

    "Tomas a coroa para ti antes que um aventureiro lance mão!”

    Enfim...

    SAI DO ARMÁRIO, MEI REI !!!!

    El Gnomo Conselheiro
    Dando aquela força pro Rei

    ResponderExcluir
  15. KKKKKKKKKk, Gnomo irônico, não sabe quanto eu ri desse seu post.

    Eu até gostaria mesmo. Poderia ter um programa de TV no estilo do Mad Money dos EUA - não igual, mas no estilo.

    Mas aqui não tem tanto mercado assim e eu não sou lá tão sumidade ao ponto de atrair tanta atenção. Mas se a bola quicar na frente pode ser que eu chute, eheheheh.

    ResponderExcluir
  16. Ahhhhhh

    Se permitis tamanha audássia de minha pequena parte...

    Também sou igual a voça majestice:

    TAMBÉM NÃO POSSO VER UMA BOLA QUICANDO QUE METO LOGO UM BICÃO!

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    PS - e menas, menas humildade... os exemplares acima citados por mim não estão nem um pouco acima de voça majestice em sapiência financeira. E esse lance de atrair atenção é só uma questã carisma; da minha parte, o senhor já és mestre, rs!

    ResponderExcluir
  17. Outro ponto que dificilmente se discute não só quando se fala de crise mas de capital de maneira geral é que se 'descarta' o capital intelectual. O único estudo que eu tive notícia apontava que nos EUA o investimento em capital intelectual era igual ao dobro do investimento em capital físico. Capital intelectual não se aplica diretamente a hipótese que você propõe na sua análise (já que capital intelectual não pode ser facilmente vendido) mas impacta a capacidade de pagamento da dívida.
    Há uma palestra no youtube onde o Eduardo Giannetti faz algumas considerações (a meu ver muito acertadas) sobre capital intelectual x capital físico.

    ResponderExcluir
  18. 1berto, ótima observação.

    E esse parece ter sido o objetivo do Trump e dos produtores do programa: a análise da crise é feita sob critérios muito antiquados, fórmulas antigas. É preciso enxergar além das limitações da econometria.

    ResponderExcluir