O Rei das Blue-Chips!

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O objetivo deste blog é de mostrar opiniões sobre o mercado de ações no Brasil.

11/03/2014

As safadezas do PT, o livro "1984" de G. Orwell e a bolsa brazuca

Ótimo artigo de hoje, na Exame, neste link, cujo texto transcrevo abaixo:


"O livro 1984 e a bolsa brasileira

Artur Oliveira
Confiança.
Não há nada mais importante do que confiança, manifestada por estabilidade política, existência de um sistema jurídico que exponha claramente as regras do jogo sem riscos de surpresas indesejadas, transparência no registro estatístico da economia, crescimento sustentável, além de uma orientação pró-mercado sem blefes socialistas com vizinhos cujas economias se encontram estagnadas e as respectivas populações em condições precárias.
O Brasil peca justamente nesses quesitos, o que nos remete ao livro “1984″, cujo autor George Orwell obteve êxito na descrição, salvas as devidas proporções, da relação entre governos e indivíduos nas décadas posteriores ao contexto no qual a sua obra foi publicada.
“1984″.
O livro, fundado em ficção, retrata uma sociedade cujo partido dominante – chamado simples de “The Party” – tinha total controle sobre as ações e a mente dos indivíduos da Oceania. Alguns dos instrumentos para a obtenção desse intento é descrito de forma breve a seguir.
À época existiam três super potências: Oceania, Eurasia e Eastasia. Com a finalidade de justificar a existência do “The Party” e seus métodos rigorosos de controle sobre a população, propagava-se que as outras duas forças militares daquele tempo estavam constantemente planejando uma invasão da Oceania.
Entretanto, o temor fomentado pelo “The Party” não passava de propaganda política, uma vez que ao partido dominante não interessava nenhum conflito armado em decorrência do risco de uma maior percepção dos habitantes da Oceania em relação ao padrão de vida desfrutado por pessoas em outras regiões do mundo.
O personagem principal, Winston, ironicamente trabalhava no Ministério da Verdade, sendo a sua principal atribuição alterar dados históricos e atuais relativos a ações do partido com o intuito de favorecê-lo, o que incluía desde a mudança de dados sobre produções de grãos e outros produtos até mesmo a alternância constante dos inimigos externos da Oceania.
O objetivo era demonstrar por meio de dados de produção, que a qualidade de vida da população estava constantemente melhorando, apesar da realidade apontar para um cenário bem distinto.
Paralelos.
Aos investidores da bolsa brasileira não agradam quaisquer flertes com as inclinações políticas e econômicas da Venezuela, Argentina e de Cuba. Quando em discursos de autoridades brasileiras se vê certo ranço “anti América” há uma grande preocupação com os rumos da economia brasileira.
Salvas as devidas proporções, o governo nos remete ao livro “1984″ e à utilização de uma guerra inexistente para justificar a existência do partido dominante; uma luta ideológica contra o Império opressor. Em muitos casos, esse conflito fantasioso dá respaldo à perpetuação por décadas de certos governantes.
O próprio uso político da Petrobrás, como ferramenta de combate à inflação, nos fazer pensar em relação à inclinação brasileira ao discurso “abaixo o Império” propagado por nossos vizinhos.
Outro paralelo importante:  apesar da negação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior quanto à contabilização de plataformas de petróleo como exportações, sendo que estes ativos não deixam em nenhum momento o país, é possível estabelecer um triste paralelo com o que George Orwell chamou de “Ministry of Truth”, cujas ações eram igualmente questionáveis.
Conclusão.
Por fim, quando se fala em derretimento do preço das ações negociadas nas bolsas de valores de São Paulo, além dos fatores externos (perspectivas desanimadoras em relação à China, liquidez artificial provocada pela política monetária americana, projeções pífias quanto ao crescimento do Brasil e de outras regiões do mundo, dentre outras coisas), é preciso também enxergar o nosso país com os olhos dos investidores estrangeiros.
Lembremos que a Bovespa foi palco do fim da ilusão propagada pelo empresário Eike Batista, cujas relações próximas com o governo federal não foram suficientes para evitar o colapso das ações de sua petrolífera. A mensagem foi que o público se confunde com o privado.
A bolsa precifica há alguns anos as incertezas quanto ao pré-sal por conta de certa restrição ao capital estrangeiro sob o argumento de proteger o patrimônio dos brasileiros da ganância capitalista, além do uso da estatal como uma ferramenta de controle da inflação, sendo este último aspecto o responsável pelo “sufocamento” da rentabilidade da petrolífera.
Por fim, quando os investidores olham para o Brasil vêem o “gigante adormecido” de várias décadas passadas, “asfixiado” por medidas equivocadas calcadas em utopias que vão de encontro com a orientação pró-mercado que deve nortear toda política econômica nos dias de hoje."

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