O Rei das Blue-Chips!

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O objetivo deste blog é de mostrar opiniões sobre o mercado de ações no Brasil.

23/07/2013

O Fim do Monopólio da Distribuição de Informação

Excelente post do blog do Portinho:

http://blogdoportinho.wordpress.com/2013/07/23/o-fim-do-monopolio-no-sistema-de-distribuicao-da-informacao-e-da-opiniao/


"Amigos do Blog, mais uma vez tenho que pedir licença para interromper nossos debates sobre finanças e tratar das manifestações que tomaram conta do Brasil nos últimos dias.

Faço isso porque acredito haver muitas faces desse movimento que (ainda) não estão sendo tratadas ou debatidas. E quero tentar contribuir para essa discussão e esse entendimento.

O dia 22/07/2013 pode ser considerado o dia do “fim” do sistema tradicional de distribuição de informação e de opinião.

Enquanto o sistema tradicional (rádio e TV) estava ocupado “polindo” e “envernizando” o pacote de informações que chegaria ao público, (nada contra, é o papel dele) havia um sem número de sistemas do tipo “broadcast yourself” transmitindo ao vivo.

Como moro bem perto dos conflitos e estava ouvindo bombas, não me interessava o nascimento do futuro rei da Inglaterra, a opinião de algum cientista político ou o capítulo da novela. Queria saber o que acontecia por ali.

E consegui acompanhar, graças a alguns desconhecidos que utilizavam sistemas de distribuição de imagens ao vivo. Tudo sem qualidade, improvisado, sem edição e sem verniz.

Sem qualidade? Por enquanto...

Fico imaginando com links 4G, com óculos do Google em HD, com treinamento e com pequenas receitas provenientes de microassinaturas ou doações ao Big Brother da vida real.

O impacto dessa modalidade de cobertura é tão expressivo que mesmo meios tradicionais foram obrigados a relatar prisões arbitrárias e abuso de autoridade, flagrados pelos “freepórteres” da TV Ninja e outras. Perto de 23:30h as imagens já estavam no sistema tradicional.

Prisão ao vivo. Centenas de milhares de testemunhas.

Acompanhei tudo ao vivo, sem, evidentemente, saber o que seria transmitido.

Ninguém sabia.

E o desempenho do poder policial nas duas prisões foi desalentador.

Primeiro um oficial à paisana é identificado, é questionado e o primeiro freepórter foi preso, sem qualquer motivo. O oficial que o prendeu alegou incitação à violência?!?!?

Depois, um outro freepórter foi até a porta da 9ª DP obter informações sobre a prisão e documentou momentos de intimidação e abuso de poder do oficial que lhe deu voz de prisão. O oficial estava até desistindo de prendê-lo, pois REALMENTE não havia motivo, até que um telefonema exigiu que o freepórter fosse preso.

E ainda houve ameaça de “prender quem passasse mensagem por celular”.

Mais adiante, ao que parece, tentaram trocar a acusação para “posse de material explosivo”?!?!?!?

Tudo gravado ao vivo. Cinco mil pessoas assistindo, que logo se transformariam em centenas de milhares de testemunhas.

Havia vários advogados de prontidão para garantir os direitos de quem havia sido preso. Mais tarde, o twitter oficial da PM afirmou que “advogados da OAB estão atrapalhando o trabalho da PM”.

Entendo que a situação para a PM é muito tensa, mas eles são, e devem ser, a face o Estado de Direito nesses movimentos. Quando a PM comete arbitrariedades, quem sofre é esse mesmo Estado de Direito. É o que nos separa da barbárie.

Controle da corrupção.

Quando em fevereiro um meteoro atingiu a Rússia, logo apareceram centenas de gravações do fenômeno a partir de câmeras colocadas em carros. Não fazia qualquer sentido tantos registros, pois o fenômeno não foi antecipado, até que veio a explicação.

Os cidadãos russos são instruídos a manter câmeras em seus carros para desestimular e se proteger da corrupção policial.

Talvez um dia os freeporters da vida estejam na favela da Maré ou no interior do Maranhão mostrando ao vivo a ausência de saneamento.

O que mudará com isso? Não sei, mas mudará. Como “bom” não está, talvez mude pra melhor.

Monopólio no sistema de “distribuição”.

Pode parecer estranho o título do post, mas é proposital.

Na indústria de bens INTANGÍVEIS, como entretenimento, informação, opinião etc. o que interessa MESMO é a distribuição. O resto é firula.

Se a emissora detém 80% da audiência, ela praticamente “controla” a informação e a opinião. Se tiver 25%, ainda é forte. Mas se a audiência for pulverizada, o controle se perde.

O que aconteceu com a indústria fonográfica é pedagógico. Enquanto dominavam o sistema de distribuição das mídias tangíveis (disco e fita), não havia chance de se lançar um artista sem apoio da indústria. Hoje, até vídeos no YouTube lançam artistas.

Sempre se entendeu que o padrão de qualidade garantiria a liderança nessas indústrias. Isso faz sentido se você faz com qualidade o que o consumidor da notícia DESEJA. Mas não adianta mostrar o nascimento do príncipe em full HD e 55 polegadas se o consumidor quer saber o que acontece na Rua Ipiranga no mesmo momento.

Ontem o consumidor da notícia, ao menos naquele microcosmo que estava interessado no que acontecia em Laranjeiras, preferiu as imagens toscas do celular ao verniz das notícias sobre temas que, naquele momento, não o interessavam.

Comemorar?

Bom, eu creio, sinceramente, que essas atitudes e iniciativas são muito úteis e tornam a sociedade menos alienada.

Mesmo que haja grupos com viés político X fazendo as filmagens, mas desde que haja outros grupos com viés político Y, outros com viés religioso H e outros com viés futebolístico FLA (rsrsrs), e desde que eu possa escolher o que me interessa, é melhor do que ter apenas uma ou duas origens politicamente corretas, polidas e envernizadas.

Agora, é importante notar que isso tende a enfraquecer significativamente os sistemas constituídos. Não só do atual monopólio da distribuição de informação (TV, rádio, jornal etc.), mas também de outros grupos de poder.

É possível que tentem controlar esses sistemas, invocando algum interesse nacional, alguma “infração” legal ou, simplesmente, criando novas leis. Não acredito que prosperem, mas é provável que tentem.

O mundo mudou radicalmente e isso, normalmente, assusta. Mas dessa vez, criar barreiras à internet seria tão “antieconômico” que talvez eles não consigam controlar e tenham que conviver com esse novo modelo de pluralidade.

A solução para as manifestações?

Posso até parecer “otimista”, mas acho que um mundo hiperconectado e supercomplexo não abrigará, indefinidamente, “tenebrosas transações”, pois não conseguirão se manter suficientemente ocultas. Veja os vazamentos na CIA.

Gosto de procurar soluções não ortodoxas para assuntos supercomplexos, mas nesse caso acredito que a solução para a pacificação das ruas e do povo é a mais óbvia possível. Não precisa inventar. Para melhorar, deverá haver mudança no comportamento dirigente.

Se as evidências de desmando, de corrupção, de arbitrariedade, de descaso, de abuso de poder, de injustiça e de tantas outras características que parecem “definir” o Brasil dos últimos 20 anos, continuarem evidentes e ficarem AINDA MAIS evidentes por conta dessa superexposição própria do século XXI, não há muito que fazer.

Já se, por algum milagre político, as evidências cessarem ou diminuírem sensivelmente, e se, realmente, houver sentido na representação política para a esmagadora maioria da população, pode ser que a situação se pacifique naturalmente e volte a ao equilíbrio.

E não adianta acreditar que basta descer o sarrafo em manifestantes que a situação se acalmará. Ao contrário, dada a hiperexposição, o fascismo de Estado vai alimentar o fascismo das ruas, e vice-versa. Aqui não há causa e efeito. Não há “quem começa”. É só uma observação trivial da realidade.

É da natureza dos sistemas humanos a busca pela proporcionalidade na força. Essa característica inerente a esses sistemas criou kamikazes e homens-bomba, mas também libertou o Estado Indiano e pacificou a África do Sul pós-apartheid. Entender isso é fundamental para soluções REALMENTE pacíficas.

O Brasil pode estar uma porcaria, mas está muito menos alienado.

Esse é o recado das ruas. Ouçam!"

17/07/2013

O BNDES fez um grande negócio investindo nas empresas X

É um grande erro dizer que o BNDES se equivocou por ter emprestado dinheiro para as empresas X, notadamente as companhias abertas: OGX, LLX, MMX, MPX e OSX.

O Eike Batista é um Pikareta safado, arrogante, mau-administrador, psicopata e egocêntrico, mas esses "pequenos detalhes" não podem se confundir com os projetos, que são bons.

É por isso que o BNDES emprestou às X: analisou a viabilidade dos projetos, seus impactos sociais positivos e possibilidades de sucesso. As empresas são muito maiores que o Pikareta sócio-majoritário.

O grande negócio que o BNDES fez ao emprestar cerca de R$ 4,9 bi às X (conforme notícia deste link) foi estimular a geração de riqueza e de impostos, que já impactaram positivamente o país.

A conta é bem simples e ninguém enxerga, ou não quer enxergar:

As X da bolsa já investiram aproximadamente R$ 34 bi, conforme dados de 1T13. Basta observar seus ativos totais e prejuízos acumulados.

Considerando uma carga tributária de 35%, as X já ajudaram a gerar cerca de R$ 12 bi de tributos para o Brasil. Além disso, foram gerados milhares de empregos (só a OGX e OSX geraram 6.000).

Fazendo uma conta mais conservadora, vou supor que apenas 50% disso seja atribuível à ação direta das X, ou seja, R$ 6 bi.

Mesmo assim, já justifica, e muito, o investimento, afinal, os R$ 6 bi de impostos gerados pagam os empréstimos de 4,9 bi feitos pelo BNDES.

E veja que só considerei, nesses R$ 6 bi,  somente os impostos dos investimentos, ou seja, dos GASTOS.
As empresas X já pagam impostos sobre vendas, tais como MMX e OGX (que paga gordos royalties de petróleo e gás). Não somei os impostos sobre vendas gerados até hoje, mas são significativos.

Este é  o principal papel do banco, o "DES", ou Desenvolvimento Econômico e Social.

Não sei se as X irão quebrar ou se darão enormes lucros a seus acionistas. Mas essa simples conta mostra que já valeu a pena o investimento do BNDES, além do fato de que a dívida ainda existe, as empresas estão aí e há grandes chances do banco receber TODO o dinheiro de volta.

Por isso, esses articulistas que escrevem essas idiotices sobre o BNDES e as X, ou são idiotas sem o devido estudo, ou estão tentando espalhar o terror. Não dá para saber o real motivo de tanta besteira publicada.

Somente uma razão seria justificável para as notícias terroristas: tirar o Pikareta do controle das X.

O mercado inteiro já sabe da incompetência e safadeza do Eike Batista, que, por sorte e bem assessorado, montou bons projetos. Seria muito bom para o Brasil que ele saísse fora de todas as empresas  e passasse o controle para pessoas realmente competentes e capazes, o que já começou a ser feito na MPX.